domingo, 21 de novembro de 2010

Poesia

Felizes os que encontram a poesia das coisas
os que se tornam sensitivos
dotados da essência das emoções
Os sentimentos sim,
estes são eternos
Independem do tempo, do espaço e da matéria

Bom encontrar almas e não apenas homens
Bom saber que não estamos sós
Que as cafonices são necessárias
Que o amor é eterno
E que a vida é um esplendor de energia

Assim cantamos porque o instante existe
E nossa alma não está completa
Somos alegres e somos tristes
Pois brincamos de ser poeta
Desconhecidos seres incompletos

Resgatemos então os poemas amarelados
para a tela luminosa de um micro
Sejamos modernamente ridículo
E eternamente arcaicos
para versejar a qualquer hora
e em qualquer lugar.

Ana Néo

Poema 17

Todos os dias
bocejo alaranjada
Minha janela
não tem cortina
e o sol me ultrapassa

Corpo suado
Garganta ressecada
Leve brisa em meus cabelos

Aos poucos, o sol me amanhece.

Ana Néo

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Poema 16

Queria que um entardecer
rubro de paixão
transformasse minhas noites
cinzentas
Para que um alvorecer
azul de felicidade
tomasse
minha ânsia
lilás de ser poeta

Ana Néo

Poema 15

Acorvadei-me
Deveria ter lutado
esperneado
olhado nos olhos teus
e professado meu
repúdio ao destino

Tu fostes fraco
cedeste às pressões
aceitaste as armaras
soltante um grito
apenas quando eu já
não poderia ouvir

Hoje, excomungados pelo amor
perdemos nossa androginia
O paraíso se desfez
em metades distantes
condenando-nos a esta eterna
AUSÊNCIA

Ana Néo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Poema 14

Antes de ti...
eu era a Ana, apenas.
Depois de ti...
eu sou a ANA das Anas.

Ana Néo

Poema 13

Quando eu era pequenina
Minha mãe cortava meu cabelo
na lua cheia
Eu não entendia
Mas não questionava
Apenas sentia o afagar de suas mãos
Então, o meu cabelo desatava a crescer.

Ana Néo

Poema 12

Eu queria escrever
um poema
Mas hoje
eu sou a própria
POESIA.

Ana Néo